Depois de Deus e o homem perceberem a necessidade da existência da mulher, como o elo que faltava para tudo se fazer perfeito, “o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gênesis 2: 21- 23).
Dessa forma, o homem adormeceu, tendo despertado algum tempo depois diante de alguém que causou nele a espontânea declaração:
“Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne”.
Essa declaração revela o quanto a mulher lhe agradou; também indica que o homem não viu nela nenhuma imperfeição e reagiu à sua presença com satisfação, sentindo que havia ali uma verdadeira combinação com sua própria pessoa, de modo que não encontrou palavras para descrever o sentimento resultante daquela visão. O fato de Deus ter produzido a mulher a partir da costela do homem, na forma de um edifício vivo e orgânico, levando-a, pronta, à presença dele, revela que, no entendimento de Deus, a mulher foi concedida ao homem como um presente maravilhoso – uma dádiva única, cativante, que o fez perder, no primeiro momento de contemplação, as palavras que poderiam descrever aquela obra da arquitetura divina.
A criação da mulher difere em muito do modo como Deus criou o homem.
Vejamos, em primeiro lugar, como o homem foi criado: “Formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente” (v. 7). E agora vejamos mais uma vez como Deus criou a mulher: “E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe” (v. 22). Notem que o homem foi criado a partir do barro, ao passo que a mulher foi edificada a partir da costela do homem. A primeira obra sugere que a matéria-prima para fazer o homem era mais tosca, mais grosseira. Já a segunda obra, a criação da mulher, sugere um material mais delicado, envolto em maior cuidado e mais detalhes.
Deus foi intencional no modo como criou o homem e a mulher. Ele não fez a mulher da mesma maneira como fizera o homem. Se ele tivesse formado dois bonecos de barro, individualmente, não haveria uma relação de vida entre os dois, não haveria uma simbiose santa, mas dois seres distintos e separados um do outro. Deus é sábio, por isso fez com que a mulher saísse da estrutura do homem. Porque Deus os fez assim, hoje há uma relação orgânica e de interdependência entre homem e mulher. Essa é a razão por que nada pode completar o homem e a mulher senão um ao outro.
Louvado seja o Senhor por Sua maneira tão doce e profunda de conduzir as coisas. Hoje não temos entidades separadas uma da outra, mas seres orgânicos, unidos em vida, pela santo e sábio Deus criador.
(Jornal Árvore da Vida)