(Ler com oração:Ezequiel 1:4; 1 Pedro 1:6-7)
Quando Pedro fala de sofrimentos, conseguimos ver claramente a graça do Senhor. Por não querer que em Seus filhos ainda haja essas impurezas, Ele nos vem provar. Essa provação não é exterior, não é como ser injuriado ou coisa assim, mas é para nos provar e purificar, com a finalidade de remover nossas impurezas. Para ilustrar isso, Pedro usa a figura do ouro sendo refinado. Em estado natural o minério de ouro tem muitas impurezas. Primeiramente o garimpeiro o lava com água e muitas impurezas já são ali retiradas. Para ser refinado, porém, o minério é colocado num cadinho, vaso de material resistente ao fogo usado para derreter minérios e minerais em altas temperaturas. O cadinho pode até ficar incandescente, mas ele mesmo não derrete. O minério de ouro é sólido, mas torna-se líquido sob a alta temperatura.
Quando derretidos, os minerais de peso específico maior, isto é, os metais mais pesados, vão para o fundo. Hoje há mais de cento e dez elementos químicos conhecidos e o ponto de fusão de cada elemento é diferente. Alguns talvez derretam a uma temperatura mais baixa, mas o ouro funde-se a uma temperatura muito elevada. Quando o ouro se funde, os elementos mais leves vêm à tona e assim podem ser removidos. Dessa forma o que resta no cadinho é mais puro. Contudo ainda não há cem por cento de pureza.
Em 1 Pedro 1:6b lemos: “Sejais contristados por várias provações”. Essa passagem fala de várias provações, e não de apenas uma, porque há muitas coisas em nós que requerem temperatura mais alta. Se a quinhentos graus elas não vêm à tona, precisamos de oitocentos graus, aí, sim, elas vêm à tona. As que são mais leves, ou seja, as que têm peso específico menor, aparecem e podem ser removidas. Assim pode ser que quarenta por cento de nossas impurezas já tenham sido removidas, mas ainda restam sessenta por cento. Agora Deus continua a nos colocar no fogo e a aumentar a temperatura, para que, por meio de várias purificações e refinos, sejamos transformados.Talvez nessas provações nem todos experimentem o que Pedro sofreu, pois, embora tenhamos nosso homem natural muito forte, somos diferentes uns dos outros. Para alguns, talvez dez ciclos de purificação já sejam suficientes; para outros são necessários vinte. Pedro sabia que precisava ser apurado pelo fogo e todos nós devemos sabê-lo também.
Quando sofremos, somos contristados. Desde que fomos salvos, Deus usa várias situações para que sejamos purificados: situações na família, de trabalho e na igreja. Todas elas são como fogo que nos purificam. Claro que ficamos tristes, contristados, mas esse contristar é a graça de Deus para que essas impurezas sejam removidas e sejamos aprovados no tribunal de Cristo. Graças ao Senhor porque Pedro nos encoraja, dizendo: “Por breve tempo”.Vejamos os versículos 6 e 7: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo”. Pedro ilustra nossa fé com algo físico: quando apuramos o ouro, refinando-o, usamos altas temperaturas. Essas temperaturas definem qual é o quilate do ouro, isto é, a quantidade de ouro contida numa liga. O ouro puro, por exemplo, contém vinte e quatro quilates. Cada ciclo de purificação estabelece a porcentagem de ouro que há na liga. Numa liga de doze quilates há, portanto, cinqüenta por cento de impurezas. Aplicando à nossa experiência espiritual, esse ouro ainda é natural, físico e perecível.
Mas nós, que passamos por várias provações, ganhamos um ouro mais precioso do que esse. Conseqüentemente, depois de várias provações, nosso ouro vai se tornar o metal brilhante (que algumas versões traduzem por electro) citado em Ezequiel 1:4. É desse ouro que a Bíblia nos fala.
Ponto-chave:
Purificados até nos tornar como o electro
Pergunta:
Em sua experiência, que representam as altas temperaturas?