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26 de maio de 2014
Cuidado com os assaltos.
O livro de Cântico dos Cânticos (Cantares) revela-nos a história de dois corações apaixonados, de duas pessoas que consideram cada qual o outro o seu tesouro, na qual um não pode viver sem o outro. Assim, onde há uma história de amor, ali estará uma história de tesouros escondidos.
Como cristãos, nosso tesouro deveria ser o próprio Senhor. Tesouro é algo a que damos grande valor. Que valor eu dou ao Senhor? Essa é uma boa pergunta para fazermos a nós mesmos. Em cantares vemos a apreciação que a amada tem pelo amado. Em Cantares vemos a apreciação que a amada tem pelo amado. Toda essa apreciação provém das experiências que teve com ele. Seu conhecimento não era doutrinário, mas era vivo. Ela chama seu amado de uma maneira íntima, carinhosa e pessoal: “saquitel de mirra”, “racimo de flores de hena”, “macieira entre as árvores do bosque”. Por que isso? Porque ela conhecia sob vários aspectos, representados por essas expressões. Isso é como os apelidos e nomes carinhosos que os namorados e os cônjuges usam para chamarem um ao outro. E nós, temos uma forma especial de chamar o Senhor, resultado de nossa comunhão com Ele? Temos tal intimidade com Ele? Quando Isaías diz que o Senhor é Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz (9:6), quer dizer que podemos experimentá-Lo assim. Que nome íntimo você dá ao Senhor? Se não houver nenhuma forma carinhosa, pode indicar que não há conhecimento íntimo.
A Bíblia, em 2 Coríntios 4:7, diz que temos um tesouro em vasos de barro. É isso que experimentamos? Ou isso é apenas doutrina para nós? Nosso viver nos dá resposta. Imagine-se andando no centro de uma grande cidade com dois reais no bolso. Imagine-se agora andando com quinhentos reais no bolso, nesse mesmo lugar; você andaria da mesma maneira? Claro que não, pois com quinhentos reais no bolso você andaria com muito mais cuidado, por temer ser assaltado ou por temer perder o dinheiro. Quando carregamos algo de valor, evitamos passar por certos lugares perigosos onde há trombadinhas ou assaltantes. Bem, nós estamos carregando um tesouro que é o Senhor Jesus! Mas estamos andando como alguém que carrega um tesouro? O que ocorre é que muitas vezes contatamos o Senhor pela manhã, lá pelas dez horas verificamos que ainda temos a sua presença e, mais tarde, sem saber como, “perdemos” o Senhor nas esquinas deste mundão; somente à noite, porém, é que percebemos que deixamos o Senhor por aí e tratamos de reavê-Lo. Algumas vezes, no meio da turma, deixamos o nosso Tesouro num cantinho e vamos divertir-nos. Outras vezes, deixamos que as várias situações nos assaltem “tomando” o Senhor de nós. Se temos medo de que alguém assalte-nos tomando os nossos bens materiais, por que não nos preocupamos com os assaltos espirituais? Por que não vivemos realmente como quem carrega um Tesouro? O Senhor, em Apocalipse 3:11, diz: “Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. Nossa dificuldade em ter o nosso coração posto no Senhor é por que ainda não O consideramos um tesouro. O Seu valor para nós é, muitas vezes, menor que o de muitas coisas do mundo. Essa é a razão pela qual nós O trocamos por outras coisas, permitimo-nos um andar irresponsável, indo a lugares onde, já sabemos, seremos assaltados espiritualmente.
Necessitamos ter um andar digno de nossa vocação, um andar que expresse que carregamos um tesouro. Somente quem perde algo de valor sabe o sofrimento que isso causa. Conhecer o valor do Senhor é uma grande proteção para nós. Mateus 6:21 diz: “Onde está o teu tesouro, ai estará também o teu coração”. Agora podemos compreender por que a amada em Cântico dos Cânticos estava sempre buscando o amado: ele era o seu tesouro. O coração dela estava nele. A nossa história de amor com o Senhor deve ser uma história cheia de tesouros. O apóstolo Paulo vivia assim; por isso disse, em 2 Timóteo 1:14: “Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós”. Isso quer dizer que o Senhor está depositando-se como vida, como a Palavra, e devemos guardá-Lo como se guarda um tesouro. Além disso, é maravilhoso saber que essa é apenas uma parte da história da história; a outra parte Paulo revela em 2 Timóteo 1:12: “Sei em quem tenho crido, e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”. Isto significa que nós também estamos depositando-nos no Senhor e Ele está guardando-nos como um tesouro. Há um depositar mútuo e um guardar mútuo. Essa deve ser nossa vida e nossa declaração: “Eu tenho um tesouro que é o meu Senhor Jesus!”
(Jornal Árvore da Vida)